O post Bate – papo com Fábio Tola apresenta a entrevista dada por Fábio Tola no livro Game Design modelos de negócio e processos criativos: Um trajeto do protótipo ao jogo produzido. Nessa entrevista Fábio Tola comenta um pouco sobre sua carreira e sobre a vida de um Game Designer.
Bate – papo com Fábio Tola
Fábio Tola, físico e game designer, foi para os Estados Unidos a fim de tentar entrar no mundo dos jogos de tabuleiro e acabou trabalhando no setor de criação e playtest da Big Huge Games, onde trabalhou em dois grandes títulos: Rise of Nations e Rise of Legends, bem como em uma série de projetos menores. Nas horas vagas, descansava dos games eletronicos jogando e criando jogos analógicos.
Fábio, como foi desenvolver dois dos maiores RTSs (Real Time Strategy) da história dos games de PC?
Resposta: Mais do que um trabalho, fazer parte de um projeto longo e relevante desses, com oportunidade de começar lá nas beiradas como estagiário e ir “subindo de nível”, conforme as oportunidades apareciam, foi a realização de um dream job.
O negócio não era só fazer um RTS redondinho e bem-acabado, mas conseguir fazer o encontro do RTS com a estratégia no estilo civilization – criar mecânicas novas e garantir que elas oferecessem uma experiencia única ao usuário.
Como é a rotina de trabalho em uma grande produtora norte-americana?
Resposta: Mais descontraída do que em um emprego normal. Sem horário fixo para entrar, chefe no seu pé ou burocracias chatas. Trabalhávamos para cumprir as metas mensais propostas pelo publisher, sempre a todo o vapor. No entanto, era uma rotina bastante puxada, com pelo menos cinquenta horas por semana trabalhando de verdade e outras tantas só largado no escritório, jogando coisas diversas com a equipe. Essa carga aumentava muito mais quando se aproximava alguma data importante – demo pra E3, visita de alguma revista para conhecer o jogo ou alguma meta mais cascuda ( como garantir que os jogos multiplayer ficassem estáveis ).
Um playtester passa 90% do seu tempo jogando, mas muito pouco disso, de forma livre, para se divertir. Fica quase sempre procurando bugs, tentando replicar algum bug já visto ou buscando algo com a equipe de criação.
Na sua opinião, qual a importância de jogar/conhecer board games para o trabalho de um game designer ?
Resposta: Essencial. É preciso entender jogos – independentemente de plataformas – como sistemas com características próprias. Conhecer vários sistemas só vai ampliar a visão do game designer.
Como você vê o mercado nacional hoje? Quais são as principais perspectivas?
Resposta: A cena indie parece que virou lugar-comum para qualquer um que está se formando e interessado em trabalhar com jogos. É uma cena forte, na qual estamos ganhando relevância. Muita coisa boa está aparecendo, o que permite ao profissional empreendedor uma liberdade maior de criação. Mas não é o único caminho – empresas de mobile, web, serious games e treinamento, além dos tradicionais developers, grandes e pequenos, sempre estão à procura de gente para trabalhar nessa área.
Qual conselho você daria para quem quer começar ou está começando nessa área?
Resposta: Primeiro: ponha a mão na massa. Crie muito, faça protótipos mostre seu jogo por aí e receba feedbacks. Não esconda suas ideias, explore-as! Jogue muito, jogue de tudo, não fique preso a um único jogo ou estilo. Entenda o que torna legal um jogo e por que as pessoas o jogam e voltam a jogá-lo mais de uma vez a fim de ter a mesma experiência.
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